quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vídeos - A Maior Flor do Mundo / José Saramago


     Esta animação é baseada na obra "A maior flor do mundo" de José Saramago....o vídeo é simplesmente maravilhoso, não deixando nada a desejar ao livro.
     Começa, assim: “As histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples, porque as crianças, sendo pequenas, sabem poucas palavras e não gostam de usá-las complicadas. Quem me dera saber escrever essas histórias, mas nunca fui capaz de aprender e tenho pena. Além de ser preciso escolher as palavras, faz falta um certo jeito de contar…”. Pois eu acho que Saramago escolheu, com maestria, as palavras e deu provas de um jeito fascinante de contar essas histórias.
     Fala de um menino que salta de “árvore em árvore como um pintassilgo” e se dedica “à vagarosa brincadeira que o tempo alto, longo e profundo da infância a todos nós permitiu…” E eu habitei, por momentos, a minha infância…
     E, nesta inebriante felicidade e liberdade, o menino andou, andou, por caminhos sem fim, até que chegou ao cimo de uma imensa encosta, onde só havia uma flor. “Mas tão caída, tão murcha, que o menino se achegou de cansado.”
     Bem, o que se passa daqui para a frente eu não vou contar, até porque perderia toda a beleza, só lendo… O autor passa da prosa à prosa poética, de novo volta à prosa, mas cada palavra, cada expressão desperta múltiplas sensações, emoções, e dá provas de uma singular arte de escrever. A história é muito curta, mas a lição é GRANDE.
     E termina desta forma: “Quem sabe se um dia virei a ler outra vez esta história, escrita por ti que me lês, mas muito mais bonita?.
  Às vezes, cometemos o erro de pensar que precisamos de fazer coisas geniais, extraordinariamente abrangentes, para salvar o mundo e logo desanimamos ao pensar que isso está fora do nosso alcance (as inovações são para os génios!). Pois eu penso que não é esse o caminho certo. Creio que as grandes obras resultam do somatório articulado, persistente e sistemático de coisas simples, de pequenos gestos e atitudes do dia-a-dia, bem à nossa dimensão, à nossa pequenez, e resultantes da nossa convicção, empenho e criatividade, que cada um procura desenvolver ao máximo para criar um futuro mais risonho, não apenas o seu, mas o de uma sociedade na qual está inserido.
    

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